por Jayme Silva

Grupo Escolar Cônego João Pio

Com quase um século, o Grupo Escolar Cônego João Pio é parte integrante do patrimônio histórico e cultural de São Domingos do Prata. Além d...

domingo, 20 de julho de 2014

Febre Tifo - Vargem Linda

Bactérias causadoras da febre tifoide.
Bactérias causadoras da febre tifoide
A febre tifoide é uma doença infecciosa causada pela bactéria Salmonella typhi. É considerada uma doença grave, que apresenta constante febre, alterações intestinais, aumento das vísceras e, se não tratada, pode ocorrer uma confusão mental e levar à morte.
A principal forma de contágio é pela ingestão de água e alimentos contaminados, que estão espalhados pelo mundo todo, mas ocorre com mais frequência em países onde o saneamento é precário ou inexistente. 

Segue registro de Jayme Silva, sobre a febre tifo em Vargem Linda no início do século passado, entre os anos de 1913 à 1914.

“Notícias de Vargem Alegre” - Jayme Silva

“Não vão longe os dias em que se respirava neste lugar, uma atmosfera pesada, de luto e dor. Era de sobressalto de fundados receios a nossa situação, pois, estávamos a braços com a terrível febre tifo que, aqui grassava em caráter epidêmico e que retirava do cenário da vida, algumas vidas bem preciosas!
A tristeza nos apareceu ter, aqui, assentado a sua tenda. Na fisionomia de todos se há alguma coisa de tétrico e sombrio. Era bem impressionante essa nossa situação diante desse horrível flagelo que nos ameaçava exterminar.
Entretanto, o povo de Vargem Alegre, essencialmente altruísta, por índole, diante da tamanha calamidade, não se deixou desanimar, ao contrário, arriscando a própria vida, num impulso de coragem, procurou a todo transe debelar a moléstia.
E assim que vimos cavalheiros ilustres que têm algum conhecimento médico; colaboradores por outros diversos de espíritos igualmente fortes, transformados todos em apóstolos da caridade, visitarem constantemente aqueles que se achavam acometidos do mal, já ministrando os recursos da medicina, já orientando e aconselhando as medidas profiláticas, de acordo com o nosso meio, para nos preservar de tão infecciosa moléstia.
Combatida assim, tenazmente, mantendo-se sempre as necessárias cautelas, que a higiene prescreve, a sua intensidade foi, a pouco a pouco, decrescendo, até que, afinal, parece, está extinta.
No auge da aflição, o povo fez um apelo ao Exmo Sr. Presidente da Câmara Municipal, no que foi pronta e solicitamente atendido.
E coisa singular: Não obstante os diversos casos de febre, notados aqui e nas circunvizinhanças, deste distrito, a ninguém faltou recurso, a ninguém faltou a caridade.”
“Nessa situação aflitiva, aqui passamos largos dias e alguns meses, debaixo de uma impressão, sempre crescente, de uma tristeza, a qual continuava apesar da moléstia já ter abrandado a sua fúria. Porém, essa impressão, vem enfim a desaparecer, quando, um perfeito contraste com aqueles dobres tão tristes, tão sinistros, que já estávamos a alma, ouvimos os repiques alegres e festivos dos sinos que nos anunciavam a chegada do “Mês de Maria”“.

Matéria divulgado no “O Prateano”, órgão que saía à luz em São Domingos do Prata/MG, do qual Jayme Silva era correspondente.

Saudações!
Serginho Rocha

domingo, 6 de julho de 2014

Encontro de Cavaleiros ll

Ilhéus do Prata é também conhecida como terra de tropeiros. São muitas estórias sobre esses aventureiros que ganhavam a vida transportando mercadoria em animais ou comprando mulas e burros em Minas Gerais para vender no Espírito Santo. De lá pra cá muita coisa mudou, mas ainda, encontra-se na cultura do povo a relação afetiva, proveniente deste movimento que marcou os períodos dos anos de 1920 a 1940.

Hoje, estes momentos são relembrados e comemorados nos encontros de cavaleiros que anualmente acontece em Ilhéus. No mês de março deste ano, pela segunda vez, um grupo de cavaleiros de Timóteo com mais de 15 peões foram recebidos pela tropa de Ilhéus, após dois dias e duas noites de entre caminhos de boi e estradas de terra batida.

Segunda Lucas Cotta, um dos organizadores do evento, a aventura iniciou-se numa quinta feira saindo de Timóteo/MG até Jaguaraçu e de lá até o Rancho de Celso Bastos, onde apearam para pernoitar e apreciar um belo jantar com pato e arroz. Na sexta de manhã o destino era Santana do Alfié, para um encontro amistoso com o Irmão do Russo no Vilarejo da Ponte. A tarde o grupo foi recepcionado na Fazenda do Retiro, propriedade de Edmar Ferreira. Por lá pernoitaram para prosseguir viagem na madrugada do sábado para Vargem Linda e se encontrar com os anfitriões de Ilhéus na Vila de Teixeiras ou Cônego João Pio.

O melhor estava por vim a noite no Rancho do Miguel em Ilhéus. Prosa boa, churrasco de primeira e moda de viola regada de pinga deliciosa e cerveja gelada. Ano que vem tem mais e os organizadores estão programando um encontro mais arrojado e desafiador.

Saudações,
Serginho Rocha

Confraternização com a equipe de apoio
Recepção do Rancho do Miguel
Moda de viola