por Jayme Silva

Grupo Escolar Cônego João Pio

Com quase um século, o Grupo Escolar Cônego João Pio é parte integrante do patrimônio histórico e cultural de São Domingos do Prata. Além d...

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Escola Estadual "Major Oliveira"

A história
É oportuno neste momento, resgatar um pouco do passado da Escola da Estadual “Major Oliveira” que hoje, é alvo de preocupação da comunidade de Ilhéus do Prata. Segundo informações, inclusive registrada neste blog, lamentavelmente, está ameaçado de perder o Status de Escola Estadual ou até mesmo, ter as suas portas fechadas. Este educandário é a extensão de nossas casas e parte integrante da história de ilhéus do Prata. Seu papel não se restringe apenas em ensinar a ler, escrever e formar pessoas de bem, mas também, oferecer condições para que as famílias possam criar seus filhos sem a necessidade de abandonar suas origens e deixar de gerar suas próprias receitas com o trabalho no campo.
Antonio de Oliveira, conhecido Major Oliveira, fundou a escola nos idos de 1900, cujo objetivo maior era iniciar o processo de alfabetização, ensinando o famoso “Bê a Bá”, no entanto, a presença da escola naquele momento era importante para consolidar o distrito com suas funções públicas. Até o inicio da década de 60, funcionou precariamente como escola primária em uma casa na rua de cima, localizada próximo a Igreja.
Foram épocas difíceis, marcado pela falta de recursos materiais e humanos. Em 1961, foi construído na rua da baixada, em terreno cedido por meu avô José Cotta Martins, as novas dependências da Escola. Era uma construção feito de chapas galvanizadas pré moldadas, que apesar de ser uma melhoria, ainda apresentava muitas deficiências e desconfortos para os alunos. Neste período, foi introduzido o 4º ano ou 4ª série, e a Instituição iniciava a adequação do corpo docente para atender as exigências dos órgãos superiores.
Era claro a necessidade de melhorar a estrutura física e modernizar Escola. Em Julho de 1983 foi inaugurado um novo prédio, onde funciona até os dias de hoje. Atende o nível fundamental e contabiliza aproximadamente 60 alunos. Este número no passado chegou a superar 400 alunos.
Vamos lutar e mobilizar para manter esta Instituição de Ensino na ativa.
Serginho Rocha
Prédio atual da Escola
 Dependências internas
Patrimônio do povo de Ilhéus do Prata

Local onde funcionou a Escola na década de 60 e 70
Escola Estadual Major Oliveira - anos 70

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

E.E. Major Oliveira - anos 60

Com objetivo de resgatar a história e enriquecer o presente, segue abaixo relato da minha mãe que descreve suas experiências em ilhéus do Prata. Ela formou-se em magistério estudando em regime de internato no Colégio Sagrado Coração de Jesus, em Belo Horizonte, e depois exerceu o cargo de professora e diretora da Escola Estadual Major Oliveira.
“Serginho meu filho!
Tentei resgatar um pouco de história como funcionária pública (professora). Com ela vivenciei o presente e tentei construir o futuro dos meus ex alunos ensinando-os a amar a Deus e ao próximo e torná-los pessoas úteis a sociedade e a Pátria. “Dos que me destes, nenhum se perdeu”
Tudo começou em 1960, época em que me formei e vim para Ilhéus do Prata, minha terra natal. Fiquei um ano sem trabalhar sempre na esperança de se formar uma classe que seria o 4º ano (como se dizia naqueles tempos), pois havia bastante alunos desejosos de completar o curso primário que era o ponto ápice da cultura daquela terra. Estudar fora era quase impossível.
Graças ao esforço da Inspetora Municipal Dª Maria do Carmo Rolla Perdigão (Dona Lilita Rolla – in memória), em 1962 foi então fundada a 4ª série com mais de 40 alunos, a maioria adolescentes. Eram interessados no aprendizado. Tinham um comportamento exemplar, respeitosos e obedientes. Lembro-me que havia verdadeiros artistas entres eles, embora a comunidade não oferecesse estudo e condições para tal. Havia desenhistas, violonistas, artesões e até poetas. Fazíamos teatro em festas escolares e notávamos a desenvoltura dos atores, artistas e cantores nas demonstrações das peças. Os Pais dos alunos e pessoas da comunidade vinham, algumas vezes de longe, para assistirem as festas e participar com aplausos.
Não posso deixar de destacar nesta página a figura inesquecível de minha Mãe, Dona Dalila Silva (falecida em out/94), que também trabalhava na Escola Estadual Major Oliveira de Ilhéus do Prata como coordenadora. Ela era uma pessoa vibrante, entusiasta e vocacionada ao trabalho com crianças na Escola. Sempre receptiva, alegre e atenciosa com todos, era também uma líder religiosa que atuava em prol do bem estar social naquele pequeno distrito desprovido de conforto. Destacou-se como autodidata e muito nos ensinou, contribuindo assim para o desenvolvimento educativo da Escola.
Tenho saudades das minhas colegas de trabalho, éramos uma equipe coesa. Uma das grandes companheiras naquela época foi Margarida Maria Domingues, minha prima e colega de trabalho. Ajudava-me na confecção de material escolar, pois possuía e possui grandes habilidades e dotes artísticos. Lembro neste momento, do seu Pai Marino Domingues, que era um grande músico e sempre nos ajudando em meio as nossas necessidades. Ele tirava do hinário (livro de canções escolares) e nos ensinávamos às músicas das datas festivas para cantarmos com os alunos.
O material didático daquela década era precário e restrito. Era necessário promover festas juninas e rifas para aquisição de livros, cadernos e lápis. Os mapas geográficos eram feitos a mão e passados nos cadernos dos alunos em folha de carbono. Com o passar dos anos, começamos a receber do Estado os livros para os alunos, mapas e material didático para as professoras. Era um avanço e uma ajuda valiosa para o desempenho do nosso trabalho. A freqüência dos alunos diminuía em período de plantio de milho e feijão, na capina e na colheita. Mas, com esforço e boa vontade conseguíamos recuperar as aulas perdidas. O resultado era o índice bom de aprovação.
Em 1973 mudei-me para a cidade de São domingos do Prata (cidade fácil de ser amada) ficando em meu lugar minha prima e colega Maria Efigênia Frade. Naquela ocasião eu coordenava a Escola em substituição a minha mãe que já havia aposentado. Em São Domingos do Prata, trabalhei por dois anos na Inspetoria Seccional, sobre a direção da Inspetora de Ensino Dona Maria Perpétua Socorro de Vasconcelos Horta. Depois, ingressei-me na Escola Estadual “Cônego João Pio” onde permaneci até a aposentadoria.
Deixei Ilhéus do Prata, minha terra natal, levando comigo muita saudade e grandes experiências adquiridas daquele povo simples, trabalhador e feliz.  Maria Eugenia. “
As professoras usavam na época, cavalos para se locomoverem até a Escola