por Jayme Silva

Grupo Escolar Cônego João Pio

Com quase um século, o Grupo Escolar Cônego João Pio é parte integrante do patrimônio histórico e cultural de São Domingos do Prata. Além d...

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Vida Longa

A reportagem abaixo, publicada no jornal Tribuna do Prata em janeiro de 2010, merece ser replicada e inserida no acervo deste blog, pois relata um exemplo de uma pessoa conhecida e querida do povo de Ilhéus do Prata, que ao completar 103 anos colhe os frutos de uma vida saudável proveniente de bons hábitos.

Dona Ana e sua família moraram em Ilhéus do Prata até o inicio da década de 70. Ela participava dos momentos de rezas e novenas que aconteciam na igreja ou na casa de algum morador, juntamente com minha avó Dalila e outras companheiras religiosas da comunidade. Na minha lembrança, sempre foi uma pessoa alegre e de bem com a vida, fato este que deve ter contribuído também, para sua longevidade.

A nota do jornal nos faz lembrar do nosso amigo José Benedito, o popular Petiteza, muito conhecido no meio futebolístico da região de João Monlevade e cidades circunvizinhas. O conheço desde criança e lembro-me com saudade das suas atuações como jogador no respeitado time dos anos dourados do futebol de Ilhéus do Prata, que além dele tinha no elenco: Itamar (Timburé), Zé Vieira, Sávio, Zizinho, Adilson, Jackson, Chico Carretão, João Margarida, Ninico, entre outros.
Longa vida a todos!
Serginho.

Jornal Tribuna do Prata

19 de janeiro de 2010

Chegar aos 103 anos com saúde é para poucos

Nascida em Ilhéus do Prata, Dona Ana Izabel de Jesus, completou 103 anos no dia 5/12. Ela é mãe do árbitro de futebol Petiteza e está morando em João Monlevade. Quem conhece Dona Ana se surpreende com a vitalidade dela que esbanja uma ótima saúde. Ela não tem nenhuma doença, cozinha, faz compras e vai à igreja regularmente. Além de fazer sempre alguma atividade, ela cuida da alimentação. “Gosto muito de frutas e verduras. Sempre busquei levar uma vida saudável. Nunca fumei, nem bebi” diz a aposentada. Mas ela acredita que a receita para viver tanto e bem, também tem outro ingrediente. “Sempre tive um objetivo na vida, que é ser um exemplo de determinação para minha família”.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Ônibus de Ilhéus

Recebi do conterrâneo e amigo Aurélio, uma foto rara do antigo ônibus que por muito tempo circulou entre o distrito de Ilhéus do Prata e a Sede do município. Na foto o ônibus, já em desuso, aparenta abandono e esquecimento.


Até a década de 70 os meios de transportes regulares e utilizados para deslocamento dos distritos até a cidade do Prata, eram a linha de ônibus e o caminhão leiteiro, que recolhia o leite dos sítios e fazendas dos arredores. Com a evolução nos meios de transportes, hoje veículos como este, são máquinas obsoletas que simboliza uma época de sofrimento, vivida principalmente em localidades de difícil acesso nos diversos rincões do nosso País.

Não posso negar, porém, que a imagem da foto trouxe lembrança da minha infância, quando por várias vezes fiz este percurso, ora acompanhado por meus avós, ora por meus pais. Era uma viagem divertida para uma criança e muito cansativa para os mais velhos. Normalmente o ônibus transitava com sua lotação esgotada (que na época significava mais pessoas em pé do que sentadas). A viagem era demorada, durava em torno de duas horas e meia para percorrer um trecho de aproximadamente 38 km de estrada de chão bastante precário, que além de estreita, tinha subidas íngremes. Além disso, um fator que influenciava o tempo da viagem eram as paradas obrigatórias que acontecia na Vila de Santa Rita, nos distritos de Cônego João Pio e Vargem Linda.

Dentro do ônibus o calor era imenso, os vidros das janelas sempre ficavam fechados para evitar que a poeira entrasse. Contudo, era melhor o calor do que a poeira. Quando chovia, a aventura era maior e exigia a habilidade do motorista, que inspirava extrema confiança aos passageiros com suas manobras ousadas. No compartimento de bagagens era comum encontrar galinhas e frangos presos em um pau e até leitões para engorda dentro de saco. Os embornais e mantimentos os passageiros acomodavam entre as pernas no interior do veículo.

É impossível falar ou escrever sobre este tema, sem citar o Saudoso Geraldo Lalando, que por muito tempo foi o dono e motorista da linha de ônibus de Ilhéus do Prata. Além de exímio motorista, entendia de mecânica, amava sua profissão e exercia com prazer e muita dignidade aquele compromisso diário. Ao assumir o comando desta linha, substituiu a antiga jardineira para um modelo mais atual. No final da década de 70, vendeu a linha para a empresa Transprata, que até hoje detém o direito de uso. Pra mim e certamente muitos outros que conviveram com ele, será sempre lembrado como exemplo de cidadão a ser seguido, principalmente pela sua paciência e espírito de solidariedade.

Agradeço ao Aurélio pela gentileza da foto e a oportunidade de revivermos momentos e acontecimentos de Ilheus do Prata.
Saudações,
Serginho Rocha.