por Jayme Silva

Grupo Escolar Cônego João Pio

Com quase um século, o Grupo Escolar Cônego João Pio é parte integrante do patrimônio histórico e cultural de São Domingos do Prata. Além d...

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Antigamente em Ilhéus

Recordar é viver! fotos antigas de Ilhéus do Prata.

Saudações,
Serginho Rocha

Arquivo: Rene Martins
Arquivo: Rene Martins
Arquivo Serginho Rocha / Hermínio
Arquivo Lucas Cotta
Arquivo Serginho Rocha
Arquivo Serginho Rocha - Enchentes de 1979
Arquivo Renê Martins

domingo, 29 de dezembro de 2013

Obra do mineroduto

Obra do mineroduto no território de Ilhéus do Prata - MG
Antes e depois - traçado do mineroduto acima da estrada de terra

Invasão compulsória das propriedades 
Tubos nas montanhas - impacto ambiental em períodos chuvosos
impactos nas estradas de terra
Grande movimentação terra afetando as estradas
Erosão das partes altas que afeta a estrada e pastagem nas baixadas




domingo, 22 de dezembro de 2013

Mineroduto em Ilhéus

Projeto Minas-Rio não é nada mais do que um pesadelo vendido como sonho. Eike Batista passou para o grupo britânico AngloAmerican seus projetos de mineração, que incluía o Minas-Rio, numa transação milionária e surpreendente na época. Hoje, o empresário brasileiro se encontra desacreditado no revés de seus vários sonhos “X”, que estão rendendo prejuízos as suas empresas e a muitos investidores desiludidos.
Parece que Cynthia Carroll, foi destituída do cargo de presidente da empresa inglesa por causa deste projeto, que está se transformando num grande e longo pesadelo, com problemas de naturezas diversas que se desdobram e multiplicam os custos a cada dia. Ela foi a protagonista responsável por convencer os acionistas da Anglo ao grande e oportuno negócio, sem primeiro, equacionar o “X” da questão.
Em Ilhéus do Prata e na Vila de Santa Rita, a implantação do mineroduto, que é parte deste projeto, nos dá uma pequenina “amostra” de impactos negativos: problemas ambientais de erosões que estão afetando as condições das estradas e as pastagens do gado, que é a principal fonte renda locais; excesso de particulado (poeiras), gerando insatisfação e desconforto para os moradores de Ilhéus; prejuízos sociais com a desativação do único campo de futebol da Vila de Santa de Rita, que cedeu passagem para as tubulações, cujo traçado corta a principal rua a menos de 50 metros da Escola Pública; Sitiantes que tiveram suas nascentes afetadas e inclusive, com contaminação de água de servidão; Ações judiciais de proprietários insatisfeitos com as indenizações das imissões de posse de suas propriedades.
O mineroduto Minas Rio foi considerado, através de decreto lei, utilidade pública pelo governo de MG e RJ, permitindo o uso do direito da força pelos interessados na obra sobre a força do direito de vários proprietários de terras, parecendo, a meu ver, intitulada dessa forma apenas para facilitar as desapropriações. Além disso, não consigo enxergar a parte que toca o público, o retorno social é baixo e temporário, uma vez que não gera empregos ao longo do percurso, diferente de uma ferrovia. Este é um projeto agressivo e ambicioso, que objetiva remunerar bem o capital investido, custe o que custar. É lamentável e triste presenciamos calados estes investimentos de alto risco ambiental, social e cultural, se repetir neste País, como se fosse um progresso natural.
Saudações!

Serginho Rocha
15.jpg

Ilhéus do Prata - MG
Risco ambiental de degração e erosão 

Presença do mineroduto em Ilhéus do Prata - MG


domingo, 1 de dezembro de 2013

Grupo Escolar Cônego João Pio

Com quase um século, o Grupo Escolar Cônego João Pio é parte integrante do patrimônio histórico e cultural de São Domingos do Prata. Além da beleza arquitetônica, esta construção, representa pedaços da história de muitas pessoas que por ali passaram e receberam os ensinamentos para a formação educacional e humana.

Durante a sessão cívica de inauguração do Grupo Escolar em 1921, Jayme Silva, o eterno representante do distrito de Vargem Linda, como sempre o fazia em ocasiões solenes, fez um discurso enfatizando o verbo Evoluir. Referiu-se aquele momento como sendo uma conquista e um triunfo para a cidade de São Domingos do Prata.

Este discurso encontra-se no livro “Jayme Silva: Discursos, Memória e Genealogia” e faz parte do acervo histórico do Grupo Escolar Cônego João Pio, conforme afirma em oficio elaborado pela Instituição e enviado a família de Jayme Silva.

Abaixo, segue a transcrição do discurso e anexos.

Saudações!

Serginho Rocha


Discurso proferido por Jayme Silva, no Grupo Escolar de São Domingos do Prata, por ocasião de ser o mesmo inaugurado em sessão cívica a 2 de julho de 1921.


"Exmº Sr. Presidente; exmº Sr. Dr. Juiz de Direito; Exmº Sr. Diretor; Exmº Sr. Orador Oficial; Exmº Sr. Representante do município de Itabira do Mato Dentro; Minhas exmª Srªs e Meus Srs.

Não se fazia mister que eu levantasse, aqui nesta solenidade a minha voz tênue. Não devia mesmo fazê-lo, nem só porque a ela falta a autoridade necessária, mas ainda porque irá perturbar a impressão agradabilíssima que pairam aos nossos ouvidos, produzida pelas palavras cheias de conceito dos oradores procedentes, verdadeiras autoridades na matéria que neste momento nos assoberba.

Mas, meus senhores, cumprindo um dever cívico, vejo-me forçado a quebrar o silêncio em que preferiria ficar-me envolvido, a fim de desempenhar-me de uma comissão.

Vargem Alegre, meus senhores, distrito que, na verdade, é um dos menores do município, porém grande pela elevação de ideias e princípios de seus habitantes, ele que tem sempre cooperado para o engrandecimento desta terra, não podia deixar de, aqui, nesta hora, ter o seu representante, para trazer de viva voz o concurso de seu aplauso.

E eis porque eu vos dirijo a palavra.
Meus senhores: Evoluir! Evoluir!
Este verbo tem sido a preocupação de todos os tempos e de todas as idades.

A humanidade, desde os seus primeiros dias, vem procurando conquistar a sua evolução, e, assim, vemos todos os povos como uma consequência lógica da lei natural, despertarem o seu progresso.

Há seis mil anos, meus senhores, que o homem saindo do estado na natureza e trazendo em si o gérmen do seu melhoramento, busca num afã sempre constante e crescente atingir o grau de perfectibilidade a que está destinado pela providência, e, em marcha ascensional, lenta mas regular, vemo-lo caminhar até ver se chega a consecução dos seus fins ou do seu desideratum – a civilização perfeita.

E o tempo, meus senhores, tem sido cadinho onde as suas ideias vão se transformando e aperfeiçoando, e, a medida que as necessidades vão surgindo na terra, elas vão sendo satisfeitas em harmonia com as novas ideias e as novas aspirações.

E o testemunho de meu acerto, meus senhores, nós assistimos aqui agora nesta solenidade, em que o povo deste município, vê sagrada uma das suas mais ardentes aspirações, a inauguração, nesta localidade de um grupo escolar, cuja conquista é mais um triunfo que ele associa ao troféu de suas glórias.

Quando falamos de coisas escolares, meus senhores, lembramos com razão, dos livros e das idéias que nos mesmos se contém e então evocando as páginas do passado, à nossa imaginação se destacam dois pontos luminosos, brilhantes que são XV e XVIII séculos que jamais os esquecerá a humanidade.

Se aquele – o XV – século, no ano de 1435, aproximadamente, fez surgir o gênio de Gutemberg, que inventou a imprensa, que disseminou as idéias pelo mundo, este, o século XVIII – dá conta da frutificação dessas idéias com Revolução Francesa de 1789, em que o povo, em assembleia pública, proclamou o “Tratado do Direito das Gentes”, cujo código tem sido o espelho em que se uniram demais nações do mundo.

Essa revolução, meus senhores, é um marco miliário na história da humanidade, porquanto, fazendo ruir o velho edifício, já carcomido do passado, pelos regimes feudais e outras quejandas vernarias, criou ou veio criar para o mundo uma nova era de felicidade e de liberdade.

Bem se pode dizer, meus senhores, que até essas épocas, que me refiro, ainda existia na terra, a aristocracia do saber. As sociedades de então, estavam, assim, divididas: Clero, Nobreza e Povo.

Escusados é dizer que enquanto aqueles dois primeiros estados sociais, ocupavam ou formavam o vértice da pirâmide social, a sua base, - o terceiro estado – jazia na mais cruel ignorância.

Graças, porém, meus senhores, ao influxo dos séculos que já vos aludi, com suas novas idéias – a democracia – enfim, nós dividamos a luz do saber vir descendo pináculo ou vértice da pirâmide social até a sua base, iluminando, assim, todo o seu pedestal, que é a humanidade inteira."
"Disse."

ofício enviado a família de Jayme Silva
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