Assim como eu, muitas pessoas deixaram
o interior e foram buscar oportunidades nas grandes cidades, no intuito de
crescer como profissional e constituir famílias em condições mais favoráveis.
No entanto o dia a dia na cidade pode nos deixar mais consumistas, mais
compulsivos em sempre querer mais e mais.
O texto abaixo nos faz refletir dos
nossos desejos de consumo. Vale a pena ler!
ILHÉUS DO PRATA - "AQUI VIVI-SE ASSIM!" |
“Não tenho nada, mas nada me falta” - Cora Coralina
Saudações,
Serginho Rocha
A OBSESSÃO PELO MELHOR
Leila Ferreira
Estamos obcecados com "o melhor". Não sei quando foi que
começou essa mania, mas hoje só queremos saber do "melhor". Tem que
ser o melhor computador, o melhor carro, o melhor emprego, a melhor dieta, a melhor
operadora de celular, o melhor tênis, o melhor vinho. Bom não basta. O ideal é
ter o top de linha, aquele que deixa os outros pra trás e que nos distingue,
nos faz sentir importantes, porque, afinal, estamos com "o melhor". Isso
até que outro "melhor" apareça e é uma questão de dias ou de horas
até isso acontecer. Novas marcas surgem a todo instante. Novas possibilidades
também. E o que era melhor, de repente, nos parece superado, modesto, aquém do que podemos ter. O que acontece, quando só queremos
o melhor, é que passamos a viver inquietos, numa espécie de insatisfação
permanente, num eterno desassossego. Não desfrutamos do que temos ou
conquistamos, porque estamos de olho no que falta conquistar ou ter. Cada
comercial na TV nos convence de que merecemos ter mais do que temos. Cada
artigo que lemos nos faz imaginar que os outros (ah, os outros...) estão
vivendo melhor, comprando melhor, amando melhor, ganhando melhores salários. Aí
a gente não relaxa, porque tem que correr atrás, de preferência com o melhor
tênis. Não que a gente deva se acomodar ou se contentar sempre com menos. Mas o
menos, às vezes, é mais do que suficiente. Se não dirijo a 140, preciso
realmente de um carro com tanta potência? Se gosto do que faço no meu trabalho,
tenho que subir na empresa e assumir o cargo de chefia que vai me matar de
estresse porque é o melhor cargo da empresa? E aquela TV de não sei quantas
polegadas que acabou com o espaço do meu quarto? O restaurante onde sinto
saudades da comida de casa e vou porque tem o "melhor chef"? Aquele
xampu que usei durante anos tem que ser aposentado porque agora existe um melhor
e dez vezes mais caro? O cabeleireiro do meu bairro tem mesmo que ser trocado
pelo "melhor cabeleireiro"? Tenho pensado no quanto essa busca
permanente do melhor tem nos deixados ansiosos e nos impedido de desfrutar o
"bom" que já temos. A casa que é pequena, mas nos acolhe. O emprego
que não paga tão bem, mas nos enche de alegria. A TV que está velha, mas nunca
deu defeito. O homem que tem defeitos (como nós), mas nos faz mais felizes do
que os homens "perfeitos". As férias que não vão ser na Europa,
porque o dinheiro não deu, mas vai me dar à chance de estar perto de quem
amo...O rosto que já não é jovem, mas carrega as marcas das histórias que me
constituem. O corpo que já não é mais jovem, mas está vivo e sente prazer. Será
que a gente precisa mesmo de mais do que isso? Ou será que isso já é o melhor e
na busca do "melhor" a gente nem percebeu?
Sofremos demais pelo pouco que nos falta e alegramo-nos pouco
pelo muito que temos. Shakespeare
Leila Ferreira
é uma jornalista mineira com mestrado em Letras e doutora em comunicação em
Londres, que optou por viver uma vida mais simples, em Belo Horizonte
Na minha opinião, a busca por melhores condições de vida material é saudável, desde que não deixemos de lado valores morais e éticos que nos foram ensinados pelas nossas famílias.
ResponderExcluirEste distanciamento do ponto de partida que você menciona, é muito válido se for visto desta maneira- como é hoje o Serginho que deixou suas origens e, foi em busca de um lugar ao sol conquistado por seus próprios méritos? Com certeza não é o mesmo, nem poderia e nem deveria ser, mas aposto que não se esqueceu de suas raízes, sua origem e sua gente.
Assimo como você temos muitos exemplos semelhantes.
O texto da Leila é muito bacana e nos faz refletir na sociedade consumista em que vivemos e estamos sujeitos cada dia mais.
Bela imagem acima.
Grande abraço.
Mosquitos como esses borrachudos são inconvenientes alguns sendo portadores de doenças que podem causar perigo todos que são picados por eles. E os moradores deste distrito parecem não se preocupar ou talvez nem tenha ideia os males que esses insetos podem causar, vários lugares onde são encontrados esses mosquitos as pessoas vão à prefeitura fazem protestos e recorem ate o ministério da saúde para acabar com essas “pestes”. e vocês vão fazer o que ?
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